segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O Leitor ( Stephen Daldry, 2008)


Não sei o que está ocorrendo essa temporada, seria ainda resquícios da greve de roteiristas do ano passado?; Em todas as "sessões Oscar" que fui até agora, acontece o mesmo processo, entro todo em êxtase por poder finalmente conferir o tal falado filme, e saio numa frustração só.Com O Leitor infelizmente não foi diferente.
O Filme é em seus minutos iniciais até que muito bem escrito, construindo uma relação convincente, e diga-se de passagem muito tórrida, entre Hanna Schimidt e o Jovem Michael. Ponto para o roteiro que não deixa uma relação que surge derrepente do nada e se apressa por acontecer, soar como algo forçado.
Mas daí o filme vai seguindo seu rumo, vamos conhecendo mais um pouco sobre os personagens e seus acontecimentos, compreendendo algumas situações, se situando em outras, contudo a medida que o filme avança mais, tudo aquilo que começou de forma quente, torna-se frio (inevitável não fugir ao que maioria afirmou), e o pior é que torna-se frio quando jamais poderia ser, e quando não justifica-se ser, devido ao rico conteúdo que poderia ser desenvolvido para não padecer dessa frieza.
Classifico The Reader como emotivamente inconstante, pois fica o tempo todo oscilando entre cenas que te conectam a história de forma calorosa, entretanto posteriormente joga um belo de um balde de agua fria que te faz automaticamente perder a conexão que se estabeleceu minutos atrás, obrigando a você tentar retomá-la pós o hiato. E nessa montanha russa é que o filme vai seguindo, parece aquela brincadeira do quente-frio- quente-frio.
Foi opções dos envolvidos que fosse assim? Não sei. O livro é assim? Anda não li. O que sei é que o filme pena por esse fator, o que contribuiu para que eu não me empolgasse tanto com o que estava vendo.
Infelizmente a isso culpa-se não só o roteirista David Hare , mas também, e infelizmente como disse, ao Stephen Daldry, que até então foi sempre foi um diretor sutil e extremamente profundo em suas abordagens , construindo momentos de pura sensibilidade, carregado com uma certa dor e melancolia, e justo no filme onde ele mais tinha possibilidade de ser ele não é; Porque Stephen?!
Ele fica longe de ser aquele sublime Daldry ao qual fui apresentado em Billy Elliot, que me arrebatou posteriormente na Horas, e de quem não esperava pouco com seu Leitor. Pena!

É verdade que o filme, e isso tem que se reconhecer, tem um que de metafórico, com o personagem de Hanna e Michael, que meio que simbolizam todo o clima social da Alemanha pós nazismo, divida entre os que participaram de tudo mais não se sentiam nenhum poucos culpados, e acharam que apenas exerciam seu dever de cidadão, e entre aqueles que só foram ver o tamanho da proporção daquilo com que tinham se metido, depois que já era tarde demais, sendo atigindos de uma forma aterradora e lhes causando grande vergonha e remorso. Porém vejo isso mais como ponto da obra do qual foi adaptado, onde isso deve ser abordado de uma forma mais aprofundada, do que méritos do roteiro, quu pincela isso em suas entre linhas, porém daquela já comentada maneira gélida.
Sobre o elenco, elogiar é chover no molhado, pois está ao olhos de todos que já assistiram ao filme toda a competência dos mesmo. David Cross é perfeito no papel, construindo inicialmente seu Michael com uma certa inocência e medo adolescente , e posteirormente um Michael já vivido e amadurecido pelo acontecimentos passado. Tudo isso realizado de forma muito competente, não se deixando em momento algum ser ofuscado na tela.
Ralph Fiennes é excelente, um ator que a tempos mantém a média, pena que nunca tem o valor que merece em círculos de premiações. Mas isso para um ator como ele é o de menos também.
O elenco de apoio muito bem escolhido e desempenham suas funções de forma competentes, destaque para meu admirado, salve salve, Bruno Ganz, de quem pude matar a saudade e me deliciar com seu imenso talento;e a bela volta da Lena Olin, que em seus poucos minutos brilha.
E Kate Winslet é aquela coisa; Falar o que dela? Apenas ser repetitivo e dizer que está irrepreensível, brilhante no filme, contrói sua Hanna de uma forma magnífica. Todos seus olhares perdidos e vazios, a humanidade que ela emprega a personagem, que por um momento até nos faz ser compreensível com ela . Todas suas nuances são bem construídas em sua personagem, algo que já era mais que esperado de uma atriz como Kate Winslet, que a tempos já provou tem tem capacidade para isso e muito mais. E outro ponto lindo de ver nela, é como ela se abstrai totalmente de vaidade para seus personagens, expondo até o fundo todas suas precoces e belas rugas e sinais de expressões em seu rosto.
Tudo é certo que finalmente levará o tão pedido (e certa vezes chorado) Oscar, ainda não vi todas, porém se ela vencer a estatueta estará em ótimas mãos, afinal em território que a senhora Julia Roberts já ganhou, Kate Winslet é rainha a tempos.
Só não a considero a melhor atuação dentre as que já vi nessa temporada, porque acho Julianne Moore por Cegueira algo avassalador, levemente superior a esse soberbo trabalho da Kate. entretanto como fizeram o favor de cometer a heresia de jogarem a Julie para escanteio, que leve finalmente a Kate, porque não?
Nas técnicas o filme também faz tudo corretinho, nada que beire o brilhantismo, já vi trabalhos até melhores nessa temporada. Único ponto em que é justo se dar uma ênfase é a belíssima fotografia do Roger Deakins e Chris Menges, que principalmente em seus minutos iniciais quando a Hanna Conheçe o Michael, é absurdamente linda.
Em síntese é isso, o filme ficou muito longe de ser ruim é verdade, não é uma obra da qual você chega a esquecer tão rapidamente, tem sim das suas sutilezas, seus momentos de sensibilidade, te causa alguns momentos de reflexão sim, porém não me conectou por completo com aquilo que estava vendo, é mais um filme da temporada me deixou a sensação que aquilo ainda rendia muito, muito mais. E em uma inevitável aritimética, em que você pega Sthephen Daldry, eleva a "Billy Elliot", tira a prova dos nove com "As Horas", O Leitor conseguiu o triste feito não não se tudo aquilo que se esperava que fosse. Um filme bom sim, porém muito longe do que poderia ser e nada de tão marcante.
Só o ainda vigente poder do Weinstein dentro da academia justifica a indicação de um filme apenas correto as categorias principais do Oscar. Aliáis esse junta-se a Benjamim Button, que é outro filme apenas correto, por coincidência de outro diretor ao qual essa essa frase não esperava associar a um trabalho seu assim tão cedo.

Fica com um generoso:8.0

P.s: Owwwh Nolan, como foram muito maldosos com você.







3 comentários:

  1. Paulo, como eu não sabia que vcs tinham um blog?????????????

    Já adicionei no meu!

    Sobre o filme, não morri de amores. Vejo problemas sérios com frieza e insensibilidade por parte de Daldry - oq não é normal. Kate é magnífica e estonteante no papel, mas COADJUVANTE! Hahahahahaha, vou morrer dizendo isso.

    Como eu disse, estou com problemas de ordem estudantis, rs. Vou me ausentar umas semanas do blog e da comuni...

    Abração!

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  2. fico aliviado que mais gente não gostou tanto do filme, eu sou um desses

    e também nem lembrava mais desse blog o.O

    vou aparecer mais por aqui fanfarrões
    abraço

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