segunda-feira, 8 de março de 2010

Você nunca viu um Oscar como este!


Era com esse slogan que os produtores Adam Sharkaman e Bill Mechanich conclamava a todos para assitir uma cerimônia que prometia entrar para história e ficar guardada pra todo sempre na memória dos apreciadores da festa. E de fato eles conseguiram, pelo menos na minha essa cerimônia ficou bem marcada; Marcada como a mais sem graças das cerimônia de entrega do Oscar que eu já assitir. Algo equivocadíssimo em quase tudo

De iníco vale ressaltar e se fazer justiça, a todo o trabalho do David Rockwell na concepção do visual da Oscar. Que foi bem sucedido, e por mais um ano entregou um dos mais belos cenários concebido para os Oscars. Um visual elegante, clean. Entretanto, ao contrário do ano passado em que cada detalhe do cenário foi explorado com eficiência, dessa vez tudo foi sabotado pelos produtores e direção, que em nada souberam explorar a grandiosidade estética e funcional que tinham nas mãos.

De que adianta ter tudo isso não saber usar? Otimizar?. Pra quê ter telões exuberantes, se é para usá-los de forma preguiçosa e que em nada acrescentam a festa?. É só ver a diferença do que foi feito no ano passado pelo Bill Condon, em que antes dos padrinhos das categorias de atuações entrarem, em 5 belos telões era exibidas imagens de vitórias antigas, ao som dos anúncios do momento do resultado, para logo em seguida se "materializarem",por trás de cada telão, de forma extasiante, 5 marcantes vencedores das respectivas categoria

Esse ano os atores saim de trás dos telões, quase de forma empurrada, sem impacto algum, sem imagem alguma ilustrando o momento; Claro que grande parte do impacto já havia se perdido, por a questão dos padrinhos não serem novidades, porém a questão de não se saber quem seriam, ainda renderia boas surpresas. Mas nada disso foi explorado.

Sem contar que a opção sem ética de só colocar padrinhos na categoria principal, que é algo totalmente deselegante e autodepreciativa. Pois a Academia nada mais faz que ratificar que ser coadjuvante em um filme em nada importa, em nada tem tanto peso assim, é apenas um mero figurante para o principal brilhar. E que aquele Oscar nunca terá o mesmo valor que um Oscar de principal. Lamentável. E isso irônicamente em um ano onde os vencedores dessas categorias deram um banho de atuação nos vencedores e indicados das principais; E tô nem citando ainda o fato de apenas os principais terem aberto a festa.
Eu sou da politica do: "O se faz pra todos, ou não se faz pra nenhum."

E deselegância talvez tenha sido a palavra que regeu essa cerimônia. Porque nunca se viu tanta gente sendo cortada pela orquestra; Tudo bem que tem uns que até exageram em seus discurssos, porém não consigo aceitar com bons olhos, você negar uns segundos de palavras a um vencedor, que talvez só possa ter aquela oportunidade na vida de o mundo reconhecer seu trabalho e saber quem ele é. Literalmente expulsá-los do palco, não é, e nunca será exemplo de boa educação. Sabendo que discurssos longos ocorreram em todas cerimônias, cabe aos produtores calcular tempos razoáveis para cada categoria, baseado no números médio de pessoas que possívelmente irão falar. Se todos não falarem, ótimo. Sobra mais tempo para outros durante o andamento. Mas se usarem, fica dentro do calculado. Será que é tão dificil se pensar numa logística tão simples dessas? Assim eliminar esses momentos tão constrangedores?

E de que forma vou me referi ao tratamento que deram aos honorários do ano, os grandes Roger Corman e Lauren Bacall? Que foram literalmente tratados como lixo. Como uma velharia que não tem valor, mas você é obrigado a lustrar porque alguém ainda vê valor neles. Vergonhoso o que fizeram com essas lendas vivas. Vergonhoso! Nem dignidades para os deixarem subirem no palco, ou os colocarem no mínimo nas fileiras da frente tiveram. Jogaram lá para um fundão escuro, onde ninguém nem sabia onde sequer estavam. Que dessem ao menos uns dos camarotes então.

Se era pra tirarem dois senhores como eles, para fazerem passar por aquele despretigio, era melhor nem os terem chamado.

A apresentação do Steven Martin e Alec Baldwin, até que divertiu, estavam em sintonia, porém não passaram ilesos pela má gestão dos produtores. Por diversos moentos ficaram muito engessados. Não lhe deram espaço para usarem do palco. Não lhe permitiram chegar mais perto dos convidados para uma interação; E porque não usar os telões como recurso para as piadas deles? Tal como já usado anteriormente de forma hilária pelo próprio Steve, anos atrás no Oscar 2003. Ficou tudo burocrático.

Nem os convidados contribuiram para trazer um pouco de ânimo para festa. Com exceção do setor de Precious, da Mirren, da Penélope Cruz (Finalmente oficialmente com o Bardem), e da Meryl (bem acompanhada pelo seu irmão Harry ), que estavam se divertindo muito. Todos os outros pareciam está ali por pura obrigação, loucos para voltar pra casa, não vendo a hora desse suplício acabar; George Clooney meu deus, nem devia ter saído de casa; Sandra Bullock era só tensão a cerimônia toda.

Infelizmente achei que essa foi uma cerimônia errônea. Com mais baixos que altos. Pergunto se ao final da cerimônia alguem saberia me dizer qual foi o tema desse ano? Qual foi o clima? Eu confesso que não saberia. Uma cerimônia que anunciavam como inesquecível, e nada mais foi que algo totalmente esquecível. Algo que em se tratando de Oscar jamais poderia acontecer.

Até hoje a cerimônia de 2003, continua insuperável. Agora é bola pra próxima.